Dia de Beiriz
O nome da Freguesia de Beiriz evoluiu de Sancta Eolalia de Viariz no séc. XI para o actual Freguesia de Beiriz. Já aí estava presente a Santa Padroeira da Freguesia: Sta. Eulália de Mérida, uma santa cristã, virgem e martirizada no ano 304 d.c., festejada a 10 de Dezembro. É no dia da Santa que há dois anos se decidiu começar a celebrar o Dia da Freguesia. Uma celebração da história de Beiriz com actuação das Associações locais e uma oportunidade para distinguir pessoas ou entidades que de forma meritória contribuíram para a elevação da freguesia. Todos os anos é proposto e decidido em Executivo, a atribuição da Medalha de Mérito de Beiriz.
Festival de Folclore de Sta. Eulália de Beiriz
Um Festival de Folclore com vários Ranchos convidados de todo o país. É uma organização da responsabilidade da Associação de Amizade de Sta. Eulália de Beiriz e em 2019 completou a 40ª Edição. Ao convívio e desfile, segue-se a apresentação e atuação dos grupos folclóricos convidados, habitualmente no Largo da Margarida.
A diferença entre as duas classes sociais, também espelhada na instrução e educação, terá levado a que os artífices beirizenses, nomeadamente pedreiros de cantaria, que trabalhavam na então Vila da Póvoa de Varzim e nas cidades e vilas circunvizinhas, poruqe as respectivas populações não dominavam essa arte e saber, tenham começado a apelidar essas pessoas de papa-arroz. Mais tarde a expressão ter-se-á vulgarizado entre a população de Beiriz, sendo os Beirizenses conotados com ela até os dias de hoje. "Morron" deriva do francês "marron", que significa gentio, fugitivo, ilegal, clandestino. Era um termo utilizado pelos pedreiros(erguinas) de Beiriz, para definir o visado na conversa. Assim a expressão"papa arroz morron" será uma forma de dizer que a pessoa a quem nos dirigimos não percebe do assunto.
Festival do Pap'Arroz em Beiriz
Um Festival Gastronómico, onde o prato de eleição é o arroz em toda a sua extensa variedade culinária. A expressão papa-arroz, a que os beirizenses acrescentaram morron, significa que o interlocutor não percebe, não sabe do que está a falar. A origem da expressão não está documentada, sendo provável que o seu uso pelos beirizenses remonte a finais do séc. XIX, com o advento da praia e da moda de ir a banhos, o que troxe à Póvoa de Varzim muitos turistas oriundos de cidades e vilas do interior. Nesse tempo, sendo a batata a base da alimentação da população local, os banhistas seriam gentes de posses que se diferenciavam por comer arroz com frequência, tal como acontecia com a franja abastada da população local.
Festa de N.ª Senhora do Rosário
A devoção a N.ª Senhora do Rosário já se registava no século XVII: “Nos fins desse séc. já havia, na Igreja de Beiriz, altar próprio de N.ª Sr.ª do Rosario…” (Amorim, M., Duzentos e cinquenta anos de vida da freguesia de S.ta Eulália de Beiriz (Póvoa de Varzim), Póvoa de varzim, 1972). No século XX, na década de 60, a festa em honra da Nª S.ª do Rosário era festejada 15 dias antes da do São Gonçalo, visto que nesta última haviam muitos eventos musicais, algo que não era permitido na primeira. Porém, devido à despesa que ambas representavam para a população, determinou-se que as duas se realizariam na mesma altura. Assim, as festividades de Nossa Senhora do Rosário e de S. Gonçalo, realizam-se em dias consecutivos, domingo e segunda feira, mas os festejos começam na 6ª feira à noite com momentos musicais característicos das romarias portuguesas. A procissão de Nossa Senhora do Rosário é constituída pelo bonito andor da santa que lhe dá o nome e de outros mais santos, em que o número de andores corresponde ao número de promessas dos devotos.
Festa de S. Gonçalo
Sobre a devoção da freguesia ao Beato Gonçalo de Amarante, Monsenhor Manuel Amorim escreveu no artigo intitulado “Duzentos e cinquenta anos da vida da freguesia de Santa Eulália de Beiriz” publicado no Póvoa de Varzim Boletim Cultural vol. X, nº 1 (1971) o seguinte: “Diz a tradição local «que se venera nesta freguesia desde o séc. XVI, em cuja época grassava uma grande epidemia que devorava parte dos seus habitantes, os quais tendo já devoção com o Milagroso Santo, foram em peregrinação a Amarante, e lá se conservaram em oração até à extinção de tão grande flagelo». A história parece, neste caso, confirmar a tradição porque, na 2ª metade do séc. XVI (1569), o país foi assaltado por uma formidável peste, que no verão fez milhares de vítimas e por isso se chamou Peste grande. A peste chegou ao norte no ano seguinte e o alarme entre as populações foi tal que algumas cidades quase se despovoaram. Seria nessa altura que os moradores de Beiriz se lembraram de recorrer ao eremita de Amarante, cuja devoção estava em voga. Continua a tradição local «Tendo sido os seus rogos atendidos, voltaram novamente e trouxeram o retábulo do Milagroso Santo, sendo mais tarde adquirida a sua imagem erigindo-se um altar onde é venerado». Em 1621 os devotos de S. Gonçalo já estavam organizados, em forma de confraria, e os mordomos tinham direito a receber as ofertas deles. (…) No século XVIII a festa de S. Gonçalo tinha aspecto de romaria minhota, com danças e profanidades. «Por me constar que se gastava dinheiro de esmolas em danças e profanidades que não pertencia ao culto divino, mando que não usem de tais danças na festa de S. Gonçalo sob pena de serem multados». Foi nesse século que os devotos reformaram o velho altar de S. Sebastião, colocando no camarim a imagem de S. Gonçalo que passou a dar o nome ao altar.” As celebrações religiosas incluem a Missa Solene em honra de S. Gonçalo, a recitação de Terço e Sermão seguida da Majestosa Procissão em honra de S. Gonçalo, S. Sebastião e S. Luzia. As festividades conhecem ainda momentos musicais, como por exemplo, a atuação da Banda Musical da Póvoa de Varzim.