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1ª Indicação Toponímica

A indicação toponímica mais antiga que se conhece da terra do Poveiro, data de 953 e está numa carta de venda do prédio rústico de Vila do Conde, onde se faz a confrontação deste, pelo lado norte, com Vila Euracini. A localização específica da sua área habitacional continua uma incógnita. Os vestígios arqueológicos até hoje descobertos na área urbana (Alto de Martim Vaz e Rua da Junqueira) datam do período lusitano- romano, anteriores, portanto, ao século X. Estas estruturas devem ter sido fundadas, após a dispersão castreja, por um magnate da vizinha cidade de Terroso. Para Viriato Barbosa esse personagem chamar-se-ia Euracini. O seu nome batizou a área que dominava e dele deriva o topónimo Varzim.

1º Foral

Em 1308, data da concessão do foral de D. Dinis, o povoado de Varzim pertencia à freguesia de Argivai e a sua posse estava, por sua vez, repartida entre fidalgos (Varzim de Susão) e terras do rei (reguengo de Varzim de Susão), dos quais não se conhecem os limites concretos. É a este reguengo, mais especificamente aos 54 chefes de família aí residentes, que D. Dinis concede carta de foral, mandando que fizessem uma "poboa" e estabelecendo uma administração rudimentar. Criou-se assim, dentro do quadro paroquial de Argivai, uma zona com autonomia administrativa própria.

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2º Foral

Pouco depois, em 1312, o rei doou os direitos que estipulara para si, a seu filho bastardo Afonso Sanches e a sua mulher, D. Teresa Martins. Estes, por sua vez, em 1318, transferiram-nos para o convento de Vila do Conde, do qual eram os fundadores. As sucessivas queixas dos poveiros contra a jurisdição do mosteiro levaram D. Manuel I a conceder novo foral à Póvoa, em 1514, estabelecendo a sua autonomia jurisdicional, o que veio a ter plena eficácia, em 1537, pela incorporação de Varzim à coroa e a sua anexação à comarca do Porto. A Póvoa era assim formada, nos meados do século XVI por uma pequena área urbana e outra rural, onde predominavam os campos cultivados e algumas casas que serviam para guardar as alfaias agrícolas, de abrigo aos animais e moradia dos lavradores, pescadores e sargaceiros.

Século XVIII - Reforma Urbanística

O Corregedor D. Francisco de Almada e Mendonça foi um dos principais responsáveis pela reforma urbanística da vila, na última metade do século XVIII. Conseguiu que D. Maria I assinasse, em 1791, uma provisão régia que muito contribuiu para a modernização da vila. Procedeu-se à abertura da praça pública que uniu a parte mais alta e antiga da povoação à zona litoral. Foi edificado o novo edifício da Câmara Municipal, rasgando-se a praça fronteira, que herdaria seu nome e construído um paredão na enseada, proporcionando maior segurança aos pescadores.
Pretendendo intensificar o povoamento da zona do porto de abrigo, o Município dividiu o areal em estreitos e compridos lotes, onde os pescadores edificaram as típicas casas de duas fachadas, servindo uma delas o quintal. A abertura da Rua da Ponte, servida por dois pontões para atravessar o ribeiro da Moita e o esteiro, facilitou o acesso à zona da ribeira, onde se procedia à venda do pescado e se situavam os estaleiros.

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2 Praça do Almada
2503926_gufTS Antigo Edifício Paços do Concelho
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Século XIX

A construção de casas à volta do “castelo” dificultava a ação da sua artilharia, que já se mostrava incapaz para a defesa da enseada, pelo que deixou de ter interesse militar e foi entregue à Guarda Fiscal em 24 de junho de 1896. Sujeita a obras de reconstrução, os planos não respeitaram o desenho elaborado pelo Sargento-Mor Engenheiro Sebastião de Sousa que, em finais do século XVII, projetara a fortaleza. Quando o Presidente da Câmara, Dr. David Alves, transferiu o mercado da Praça do Almada para as novas instalações, o local sofreu modificações: demolindo o prédio junto do qual se via o pelourinho e a parte poente da Praça foi transformada numa alameda com coreto ao centro (in Viriato Barbosa, “A Póvoa de Varzim”). A Póvoa de Varzim é recortada por amplas avenidas que ligam o litoral aos três bairros tradicionais: Matriz, Norte e Sul.

Século XX

A 10 de Junho de 1945, a Póvoa de Varzim viveu um momento alto na sua religiosidade, quando se celebrou a consagração do Concelho aos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Durante a época balnear, (junho a setembro), a população da cidade sofre um aumento significativo. A proximidade com a cidade do Porto, Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos será um atrativo para os habitantes destas localidades, que acorrem à frescura da praia e às animações de Verão da Vila. Entre a década de 1970 e 1990, a Póvoa de Varzim, com a pressão do turismo e da migração para o litoral, sofreu os efeitos da especulação imobiliária, verificando-se grandes remodelações urbanísticas, algumas desordenadas que alteraram o seu visual tradicional. Próximo da mudança do século, a edilidade teve em conta a “regeneração urbanística”, com a renovação e abertura de novas e modernas vias de acesso.

51270116_1163606987146865_6397569789887250432_o Praia da Póvoa de Varzim
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Elevação a Cidade

Pelo decreto-lei 310/73, de 16 de junho de 1973, a Póvoa de Varzim ganhou o estatuto de cidade. O ato administrativo seguiu-se à aprovação da Junta Distrital e do governador Civil do Porto e tem as assinaturas do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, do ministro do Interior, António Rapazote e do Presidente da República, Américo Tomaz. O referido Decreto diz: “Considerando o grande desenvolvimento demográfico e urbanístico da vila da Póvoa de Varzim, sede do concelho do mesmo nome, do distrito do Porto; Considerando que a referida vila é servida por grandes vias de comunicação, incluindo caminho de ferro, e está dotada de instalações de distribuição domiciliária de água e energia eléctrica e de rede de saneamento; Considerando o notável incremento industrial e comercial da vila da Póvoa de Varzim; Considerando ainda a existência, na mesma vila, de diversos serviços e instituições de interesse colectivo, de natureza social, educacional, cultural e económica”.

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