IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA PÓVOA DE VARZIM
Edifício construído entre 1743 e 1756, teve como responsável até 1751 o mestre de pedraria de Braga, Manuel Fernandes da Silva e, depois desta data, Domingos da Costa, João Moreira e José Fernandes Lucas. É uma igreja barroca de planta longitudinal, nave única e capela retangular. Apresenta volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados a duas águas. Dispõe de uma imponente fachada barroca, com duas torres sineiras a flanquear o corpo central, frontão recortado e portal rococó. Sobrepujando o brasão régio do remate do pórtico, encontramos um nicho - que abriga uma N.ª S.ª da Conceição, em pedra - e que está envolvido por volutas e ladeado por janelões. No interior, destacam-se os retábulos em talha dourada rococó, que abrigam belas imagens de médias e grandes dimensões, do séc. XVII ao XX. A porta de bronze – Janua Coeli (Porta do Céu) – da autoria de Rui Anahory, é decorada com figuras e símbolos religiosos e temas locais (como as siglas poveiras, peixes e outros motivos marítimos), em baixo-relevo. Foi inaugurada em 6 de janeiro de 2008.
IGREJA DA MISERICÓRDIA DA PÓVOA DE VARZIM
Templo desenhado pelo Arquiteto Arnaldo Redondo Adães Bermudes, teve 1.ª pedra lançada em 1909 e foi benzido em 1914. Foi construído nas imediações do local onde se encontrava a primitiva capela de S.Tiago que, no século XV, foi adotada para Igreja Matriz do povoado e transformada, em 1757, em Igreja da Misericórdia. Igreja – eclética - de planta longitudinal e capela-mor retangular. A sua fachada conjuga vários estilos, refletindo, principalmente, o gosto neoclássico. Concilia uma bela colunata no pórtico (lembrando um templo dórico), com uma composição complexa, algo barroquizante, no ático, composto por um frontão interrompido (que envolve uma erudita cartela, com N.ª S.ª da Misericórdia e as “Armas” de Portugal), tudo rematado por outro frontão retilíneo, fogaréus e a cruz axial. Os retábulos são também neoclássicos, refletindo o gosto revivalista da época, em madeira de tom escuro, ornamentada com “filetes” e alguns motivos decorativos dourados. No seu interior conservam-se grandes imagens naturalistas e algumas barrocas, provenientes da antiga igreja.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES
No local onde se situava a antiga ermida do Senhor do Monte foi construída, a partir de 1768, uma nova capela dedicada a Nossa Senhora das Dores. Em 1799, trabalhava-se na construção de duas torres, mas problemas de ordem técnica motivaram uma revisão do projecto, tendo sido consultado o arquiteto do Porto, Joaquim da Costa Lima, que, em 1805, aconselhou a que se edificasse uma só torre. À volta do templo, de cariz barroco, com nave hexagonal e capela-mor retangular, foram adicionadas seis capelinhas, já depois de 1866, representando as dores de Nossa Sra. Em 1875, pediu-se autorização para construir a escadaria em frente à porta principal. Em 1964, foram restaurados, ampliados e dourados os retábulos de talha eclética e colocados os painéis de azulejos desenhados por Alves de Sá e realizados na Fábrica da Viúva Lamego. Ainda no século XX, foi colocado um muro e balaústres a envolver o edifício.
BASÍLICA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Basílica de grandes dimensões e desenho eclético ambicioso, de 1889, foi concebida pelo padre António Domingues Ferreira, professor de desenho no Colégio do Espírito Santo, em Braga. O granito é utilizado com profusão, quer nos elementos construtivos exteriores e interiores (pilares, pilastras, colunas e portais), quer na decoração escultórica. A sua construção levada a cabo pela comunidade de Jesuítas, com o apoio da população, foi paralisada em 1910, aquando da expulsão da ordem e só recomeçou em 1927. Em 1948 estavam praticamente terminadas as obras exteriores. No conjunto, destaca-se a cúpula na zona do cruzeiro, que é encimada pela escultura de grandes dimensões do Sagrado Coração de Jesus, em mármore. Possui retábulos neoclássicos de madeira escura, que abrigam imagens naturalistas de grandes dimensões, de afamados santeiros da Maia, nomeadamente José Ferreira Tedim e Oficina dos Irmãos Maia.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DE BELÉM
Pequena capela característica de uma localidade rural - como era Belém no séc. XIX - com quintas de exploração agrícola, mas onde também residiam operários da Póvoa. Ficava à face da antiga estrada para Barcelos, pelo que era ponto de passagem para os almocreves e animais que transportavam os bens para a vila da Póvoa, em crescimento. A capela foi construída sobre uma antiga ermida já dedicada a Nossa Senhora de Belém, que justifica a origem do topónimo. Foi benzida em 1826 e a sua construção tradicional, de muros de granito aparente e alvenaria de granito rebocado, é típica das construções neoclássicas e ecléticas do séc. XIX. Os retábulos são
neoclássicos e possui alguma boa imaginária do século XIX, nomeadamente a Sagrada Família de Belém.
CAPELA DO SENHOR DO BONFIM
Capela construída no local onde, já em 1693, se menciona a existência de um cruzeiro. No século XVIII e XIX existem referências a um nicho com alpendre e duas colunas. Cerca de 1850 construiu-se uma pequena capela dedicada ao Senhor do Cruzeiro, que precedeu a Capela do Senhor do Bonfim, a qual foi edificada em 1891. Como este templo era muito pequeno e estava no meio do largo, no dia da festa do Senhor do Bonfim, erguiam dois paus com uma vela de barco para abrigar os fiéis do sol. No século XX foi reconstruída, ampliada e posta no atual alinhamento. No nicho da fachada foi colocada a cruz com Cristo, do cruzeiro original. Possui profusa decoração interior, com coloridos retábulos ecléticos e imagens naturalistas.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA LAPA DA PÓVOA DE VARZIM
Em 1770, os Mestres de Lanchas e barcos de pescar pediram licença para construírem uma Capela dedicada a Nossa Senhora da Lapa no espaço fronteiro à enseada, onde a comunidade piscatória estava a construir grande número de habitações. Em 15 de Agosto de 1772, a capela-mor foi benzida. O corpo foi inicialmente construído em madeira e coberto com panos de velas das lanchas, até à sua edificação em pedra e cal, cerca de 1813. A capela-mor foi reconstruída em 1849, ano em que também se arrematou a construção de uma sacristia e Casa da Mesa. A igreja apresenta traça e decoração neoclássica, desenvolvendo-se numa só nave, bem proporcionada, com sacristias e dependências, como a Casa da Mesa da Irmandade de N.ª S.ª da Assunção. A fachada e torre sineira, exibem pilastras, cornijas e decorações em granito. A cabeceira encontra-se de frente para o mar, sendo encimada por um pequeno farolim (desativado), sob o qual se encontra um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Lapa, em granito policromado, que encima um painel evocativo da tragédia de 27 de fevereiro de 1892 (em que naufragaram muitos pescadores da região). No interior, dentro dos retábulos neoclássicos, conservam-se boas imagens naturalistas, de finais do séc. XIX, em tamanho natural, do escultor João d’Affonseca Lapa, que são utilizadas nas majestosas procissões que se realizam na Póvoa.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Capela integrada numa Fortaleza de costa, com início de construção em 1701. Foi benzida em 1743, por ordem e à custa do tesouro real, tendo, por isso, N.ª S.ª da Conceição como padroeira. Apesar da reduzida dimensão, com uma só nave, tem abóbada de pedra, destinada a proteger o espaço dos possíveis ataques de artilharia e evitar os incêndios. As imagens barrocas aí colocadas congregaram, desde o início, muita devoção, nomeadamente a Imaculada, S.ª Bárbara (protetora dos artilheiros e das trovoadas) e o Menino Jesus com o Coração na mão (em honra da qual se criou a confraria do Santíssimo Coração de Jesus, que, em 1758, tinha mais de 2.000 irmãos, mas que se extinguiu quando a ordem dos Jesuítas, sua fundadora, foi expulsa, em 1761). O interior apresenta um retábulo barroco joanino modesto e mísulas com imagens do século XX.
IGREJA DE S. JOSÉ DE RIBAMAR DA PÓVOA DE VARZIM
A Igreja nova - construída no local da capela neo-românica do arquiteto Moura Coutinho de Almeida d’ Eça - sagrada em 1960, foi desenhada pelo Arquiteto Rufino funcionário superior das “Obras Públicas” e reformada pelo Arquiteto Moreira da Silva, do Porto, na década de 70. A igreja em estilo neo-gótico estilizado, na década de 60 tinha capelas separadas. Muito alta, pintada de branco, com frestas de vitrais simples em tons azuis e amarelos (cores do Bairro Norte), era fria e tornava-se difícil implementar as alterações litúrgicas recomendadas pelo Concílio Vaticano II. O arquiteto Moreira da Silva tentou tornar a igreja mais prática para o culto. Forrou o teto de madeira ondulada, melhorando as condições acústicas, e foram colocados ventiladores para permitirem a renovação do ar evitando os constantes desmaios na época de “banhos”. As capelas tornaram-se comunicantes e a zona das antigas sacristias, ao lado da capela-mor, foi adaptada (como um pseudo-transepto) para aumentar o tamanho da igreja. Nas “naves laterais”, os santos, quase todos em tamanho natural, foram colocados em pequenas mísulas de granito, tendo sido retirados os retábulos que preenchiam as primitivas “capelas”.
CAPELA DE S. ROQUE / S. TIAGO
Capela instituída por Diogo Pires de S. Pedro e sua mulher Maria Fernandes de Faria, edificada em 1582 e totalmente reconstruída em 1887. Foi construída em honra de S. Roque, numa época em que as pestes constituíam um cíclico flagelo das populações. Em meados do séc. XVIII já havia sido reconstruída pela confraria de S. Tiago. Composta por nave única e capela-mor retangular dispõe de diversos retábulos neoclássicos que abrigam imagens naturalistas. Destacam-se as esculpidas por João d’Affonseca Lapa: S. Tiago Apóstolo e S. Sebastião (protetor da peste, fome e guerra), o qual, segundo a tradição, teve por modelo um belo jovem pescador.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO
Entre 1870 e 1880, foi construída uma capelinha dedicada à Sagrada Família no Desterro, num local afastado do centro populacional, mas em que começavam a ser construídas algumas habitações. Em 1903 - 1913, foi substituída pela atual capela, a qual foi sofrendo alterações até ao presente. Em 1946, armaram nesta capela cinco retábulos neoclássicos vindos da antiga Misericórdia: um na capela-mor (que foi muito alterado e acrescentado pelo entalhador António Gonçalves de Castro, o “Quilores”) e os outros na nave da capela. Na década de 80, recuaram os retábulos do corpo da capela e retiraram elementos decorativos dos áticos, para ampliação do espaço. Possui imagens naturalistas do século XX, algumas de José Ferreira Tedim.
CAMINHOS DE SANTIAGO
São vários os caminhos para Santiago. Na Póvoa de Varzim existem dois percursos: um pelo interior, Caminho Central, que passa por S. Pedro de Rates, e o Caminho da Costa que atravessa o centro da cidade, passando pelo Albergue de S. José, e dirige-se pelo Litoral.
caminhodacosta.wix.com/caminhodacosta
Albergue de Peregrinos de S. José de Ribamar
Morada: Av. Mouzinho de Albuquerque, 32
4490-409 Póvoa de Varzim